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Bericht
Sprachwissenschaften

Federal University of Espirito Santo

Keyla and Jefferson 2010

Anna-Lena L. ©

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ID# 5298







UNIVERSIDADE FEDERAL DO  ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS

DEPARTAMENTO DE POLÍTICA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE

Disciplina: Fundamentos da língua brasileira de sinais

Aluno: Marcelo Durão Rodrigues da Cunha

Resenha crítica referente ao segundo capítulo do livro: GESSER, A. . LIBRAS? Que língua é essa? Crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. 1a. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

Capítulo 2: ‘O Surdo’

A autoria Audrei Gesser possui como objetivo geral na obra apresentar algumas questões relativas à surdez, num momento oportuno e particularmente pertinente, quando decisões políticas têm propiciado um olhar diferenciado para as minorias linguísticas no Brasil. Os discursos sobre o surdo, a língua de sinais e a surdez "abrem-se" para dois mundos desconhecidos entre si: o do surdo em relação ao mundo ouvinte e o do ouvinte em relação ao mundo surdo.

E é justamente no segundo capítulo de sua obra que a autora buscará desmistificar pontos há muito arraigados no senso comum a respeito da figura do surdo e suas necessidades perante a sociedade falante.

O primeiro ponto abordado está exatamente na forma como se deveria abordar uma pessoa surda, quais os pressupostos para buscar agir de maneira coerente, sem constrangimentos ao interlocutor ou ao sujeito dito ‘deficiente’. Gesser desmitifica o chamado politicamente correto a partir de concepções e consensos que levam em consideração a opinião dos próprios surdos. A construção da imagem de dependente acaba por insurgir em formas pejorativas de tratamento que não levam em conta quesitos bastante relativos, como o fato de todos possuírem algum tipo de deficiência.

Após a discussão de tal problemática, nos são apresentados outros aspectos relevantes à inserção do surdo no corpo social. A autora menciona, por exemplo, o importante papel dos intérpretes e de sua formação adequada como interlocutores de uma língua que necessita ser mais bem compreendida. Também vem a tona, mitos relacionados à cultura surda, como o questionamento ao fato dos surdos viverem em um silêncio absoluto, menção desconstruída pela autora a partir da conceituação de silêncio e barulho em diferentes culturas.

Os preconceitos inculcados na sociedade falante continuam sendo tema de extenso debate quando Gesser menciona o mito da oralização como suposto pressuposto à inclusão social dos surdos. Realizando eficiente apanhado histórico, são apresentados diversos pontos de vista relacionados a essa temática, sendo a necessidade de ceder a oportunidade de contato com a língua sinais, um importante passo para a participação de pessoas surdas nos processos de luta por seus direitos.

Ao mencionar a existência de uma especificidade identitária e cultural surdas, a autora amplia o debate de forma considerável. O fato de haver diversas culturas surdas seria o primeiro problema relevante a se observar, pois assim como na sociedade oral diversidade e pluralidade culturais são louváveis e dignas de análise, sendo que o mesmo ocorreria em ambientes sociais de indivíduos com surdez.

Essa visão plural caracterizaria importante afirmação coletiva de um grupo minoritário, dadas as condições adversas e a impossibilidade de derrubar maneiras preconceituosas de conceber a surdez na sociedade contemporânea. O papel do surdo seria o de proliferar sua cultura e lutar contra discursos homogeneizantes que buscam desconsiderar a riqueza de uma identidade tão bem representada principalmente em sua manifestação lingüística.        

Gesser realiza um estudo sobre cognição e pedagogia na cultura surda como mais um artifício na desmistificação de pré-concepções acerca destes indivíduos. As dificuldades na escrita são apresentadas como exemplo de um desafio a ser vencido, sem, todavia serem estabelecidas impossibilidades ou atribuições de incompetência ao sujeito surdo nesta esfera do saber.

Os surdos são capazes de aprender a escrita do português assim como o contato com a língua de sinais de forma alguma atrapalha a aprendizagem da língua oral, estando as ações negativas quanto ao uso da língua de sinais atrelados aos seguidores de uma antiquada filosofia oralista.

A autora finaliza a análise destes aspectos, atacando discursos em prol do chamado monolinguismo, onde são descartadas a diferença e a heterogeneidade lingüísticas, relegando os sinais a um plano secundário.       

O direito de usar a língua de sinais está ligado a uma questão de cidadania, pois é a principal forma pela qual o surdo possui acesso ao conhecimento de mundo e à constituição e o fortalecimento da identidade cultural surda outrora mencionada.    

Como último ponto abordado pela autora, faz-se menção a leitura labial e a falsa idéia de que todos os surdos possuem tal habilidade. Como mais um mito ligado ao oralismo,  Gesser o desconstrói e reitera a necessidade de aprendizado da língua de sinais como principal meio de interação e compreensão de cultura e identidade surdas.

 

 

 

 


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